1 INTRODUÇÃO
O controle de fumaça de uma edificação consiste em um conjunto de elementos, que compõem um sistema integrado, projetado e dimensionado de forma a não permitir a concentração de fumaça nos ambientes, acima de um volume pré-definido como aceitável. Esse volume é calculado em virtude de uma altura livre de fumaça, a qual é critério estabelecido pelo projetista, desde que respeitando os limites previstos na legislação.
Sistemas de controle de fumaça estão cada vez mais presentes no Brasil e, principalmente no Estado do Rio Grande do Sul, desde a publicação da Lei Complementar 14.376/2013, popularmente conhecida como “Lei Kiss”. Essa Lei é resultado do incêndio ocorrido na Boate Kiss, na madrugada do dia 27 janeiro de 2013, o qual vitimou 242 pessoas e deixou centenas de feridos. (ARBEX, 2018).
Cabe ressaltar que, conforme relatos de especialistas, nos mais diversos meios de comunicação, a grande causa das mortes, no incêndio da Boate Kiss, foi a presença de fumaça tóxica, a qual era proveniente da espuma de isolamento acústico, situada sobre o palco, onde ocorreu o início do incêndio. Por óbvio, um sistema de controle de fumaça, bem projetado e executado, poderia ter vindo a salvar muitas vidas.
No Brasil ainda não há uma norma específica sobre controle de fumaça. No momento a ABNT está trabalhando na elaboração dela, a qual deve ser publicada em breve. No Rio Grande do Sul, utiliza-se, portanto, a Instrução Técnica nº 15/2019, do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo, a qual é indicada na Resolução Técnica de Transição do CBMRS, para a medida em questão. Nossa legislação atual, portanto, baseia-se em normas europeias e americanas, as quais são citadas na IT em questão. Como exemplo podemos citar a NATIONAL FIRE PROTECTION ASSOCIATION – NFPA 92/2015, dos Estados Unidos da América, e a alemã, DEUTSCHES INSTITUT FÜR NORMUNG – DIN 18232-5/2012, entre outras, além de legislações como a Portuguesa.
Este trabalho visa fazer um comparativo entre o dimensionamento de um sistema de controle de fumaça, baseado na IT-CB-PM-SP nº 15/2019 e os resultados obtidos através de simulação computacional, para o mesmo ambiente, utilizando o Software CFAST. No primeiro método, seguindo a legislação, é realizado o dimensionamento das aberturas necessárias, para que se tenha a altura da camada de fumaça estipulada. Já no segundo método, através do software, são lançadas as aberturas, as quais foram dimensionadas, para ver se a condição de fumaça é atendida, ficando dentro dos limites pré-estabelecidos, ou seja, os métodos se utilizam de caminhos inversos.
Portanto, em um primeiro momento é apresentado o cálculo feito manualmente. Após isso, a simulação computacional supracitada, criando o modelo com as aberturas definidas no cálculo, a fim de ver se elas são suficientes, cumprindo os parâmetros exigidos pela referida IT, para a saída segura dos ocupantes.
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